terça-feira, 30 de agosto de 2011

Why are you wearing that stupid man suit?

Ultimamente, eu tenho dito para pessoas demais que elas são lindas sem realmente acreditar nisso. Sem filosofia de bar, padrões de beleza ou conceitos sociais falhos aos quais somos introduzidos na oitava série – não é aí que o adjetivo se aplica. Ultimamente, eu tenho dito para pessoas demais que elas são lindas sem acreditar que elas podem, de fato, ser capazes de enxergar alguma espécie de beleza que não aquela que aplicam sobre os cabelos, sob as blusas, nas pálpebras cansadas e nos lábios fartos.


E não só em si mesmas.


Uma vez, ele me disse que eu ficava mais bonita quando chorava. Num ímpeto, eu pensei não ser verdade: Os meus olhos ficam inchados, os meus lábios e nariz ficam vermelhos, pareço mais pálida que o normal. Minha maquiagem vai embora. Insano seria acreditar alguém assim belo, nesse estado meio fragilizado, meio entregue, volúvel e submisso. Mas ele tinha razão.


Quando choro, minha máscara cai. A máscara constituída por cores escuras que tem como intento fazer-me parecer um pouco mais forte. A máscara que eu mesmo elaboro, pintando ante toda possibilidade; a máscara que me faz me esconder do mundo e não deixar que me vejam como uma garotinha que ordinariamente não agüenta a pressão e chora. Quando choro é como se derrubasse as palavras mentirosas que ergo toda manhã e adentrasse a mim mesma no meu estado mais cru. Como se não precisasse dizer coisa alguma, apenas sentir as lágrimas quentes e salgadas (aquelas mesmas, que originalmente indicavam saudade, segundo um autor anônimo qualquer) escorrendo-me a face.


Quando chorei e olhei a minha própria face se desfazendo frente ao espelho, me senti um pouco mais eu. Um pouco menos ele, elas, as idéias, o monstro. E não me senti fraca ou incapaz ou vergonhosa, como me sentiria a alguns anos atrás, ante esta mesma atitude.

Despir a minha fantasia de humano, forte e inabalável, me fez sentir como se de repente eu não precisasse fingir.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sem titulo .

Estou aprisionada aqui , perdida em todos os meus medos infantis...

A realidade é bem mais dolorosa que a imaginação , eu realmente queria acreditar que me trancar no meu "mundinho" ( aquele que você cria para fugir de tudo ) adiantaria e que isso fosse me deixar feliz , mas na realidade felicidade não existe , o que existe são momentos felizes e o máximo que você pode fazer é aproveita-los e guarda-los na memória.
Eu nunca vou me esquecer das tardes sem fazer nada na praça , das noites com UNO , da voz e violão ...
Eu queria ser a garota a que eu fui ; a menina doida que nunca teve duvida de nada , eu nunca quis me apaixonar e ser feliz pra sempre , nunca tive grandes planos , nunca foi realmente boa em alguma coisa , mas , eu sempre tive bons amigos - tive - não os tenho mais , já fiz tanta merda , já os preocupei tanto , não é culpa deles não estarem mais aqui. Sei que meus traumas não justificam meus erros , mas eu sempre tive medo ; medo de ficar sozinha , medo de me envolver , medo das pessoas , medo dos meus sentimentos , enfim ; medo de ser feliz.