quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Para alguem .. que ainda não sei quem é.

A cada sorriso seu uma nova luz surge no mundo.
Por favor, nunca pare de sorrir.
Eu me perco cada vez mais no seu olhar.
Por favor, me mantenha perdida em você.
Cada segundo é muito tempo estando longe de você.
Por favor, nunca vá embora.

Mas isso não foi suficiente.
Para evitar que você me dissesse adeus.

Só lhe desejo que o brilho das estrelas
Seja a luz suficiente para clarear
Seus olhos tão cegos em meio as trevas.

Eu me encontro aqui sozinha, nesse instante.
Por favor, venha me fazer companhia.
Pensando se talvez um dia você voltará.
Por favor, não me deixe esperando pela eternidade.
Eu desejo sinceramente que você não me esqueça.
Por favor, nunca pare de pensar em mim.

A vida passa e eu nada posso fazer.
São os momentos perfeitos, aqueles que sonhamos
Mas nunca iremos alcançar.

E eu continuarei aqui sozinha, até o dia chegar
Por favor, que seja real o que meus sonhos dizem
Enquanto o mundo estiver girando e até o dia em que parar
Estarei aqui te esperando, junto ao seu túmulo vazio
Por favor, quando for a hora, venha me buscar.
Arsênico é um veneno que combina muito bem com uma boa taça
de vinho.
Enquanto ele não corroi todos os órgão de meu padecente corpo,
eu tenho tempo de escrever o triste fim de uma vida petética.De uma
pessoa patética.Numa cidade patética.
Começo a sentir os efeitos do veneno letal.Meu estômago queima.Em
poucos minutosa morte se aproxima de mim e levará minha alma
embora desse mundo patético.
Adeus, vida patética.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sobre urbanismo e poesia

Estar no Rio de Janeiro significa automaticamente ter um milhão de estórias para contar. Você pode facilmente se perder na arquitetura miscigenada em um urbanismo explicito e toques clássicos em um romantismo aflorado ou mesclar toda a sujeira necessária para exemplificar lascivamente todos os teus mais sórdidos desejos. Estar no Rio de Janeiro faz de você um artista e qualquer pedaço de papel vira poesia

Eternidade

Não interessa o que aconteça, nunca vou te esquecer. Seremos uma só, para sempre. Prometo.
As palavras cheias de amor de Laura ainda ecoavam em sua cabeça. Até hoje, todos os dias eram assim. Deixou as salgadas lágrimas caírem de seus olhos. Um misto de tristeza e saudade a inundava, fazendo sua alma transbordar de dor. Era como se ela soubesse que algo iria lhe acontecer, pensou Alessandra. Um gume afiado, ainda inexistente, perpassou seu coração sofrido enquanto se lembrava dela.

Ficaram dois anos juntas. Teria sido mais, tinham a vida inteira pela frente. Mas aconteceu o acidente. Laura só estava no lugar errado na hora errada. Fora ao supermercado, queria fazer uma janta especial para elas. Um assalto no lugar. Resistência por parte de uma das caixas. Tiros. Uma bala perdida na cabeça de Laura. Morte cerebral. Fatal. O coração de Alessandra foi junto com a alma de Laura.
Durante a manhã daquele mesmo dia, abraçadas a cama, Alessandra pediu:
- Diz que me ama?
- Te amo.
- Pra sempre?
- Sim. Não interessa o que aconteça, nunca vou te esquecer. Seremos uma só, para sempre. Prometo.
Gordas lágrimas de felicidade rolaram pelas faces de Alessandra. Foi a vez de Laura pedir:
- Promete também?
- Seremos como uma só, para sempre. Aconteça o que acontecer, nunca vou deixar de amar você. Prometo.
Um sorriso encantador iluminou o rosto de Laura. Com um beijo, os lábios selaram o pacto feito por elas.
 
- Meu amor, eu sinto tanto a sua falta... – murmurava Alessandra em meio as lágrimas.
Foi então que decidiu. Precisava rever Laura, abraçá-la, beijá-la. E a faca estava ali, tão perto dela... Pegou-a. Dessa vez sentiu, de verdade. Realmente estava ali, o gume afiado lhe forçando a pele, rasgando-a por dentro. Doía, mas Alessandra sorriu: iria reencontrar sua Laura. Fechou os olhos e foi tranquila, sem gritos, com as lágrimas cessadas.
E foi na quietude da noite, onde apenas o vento murmurava, que duas almas eternas se reencontraram.